Insatisfeitos com as políticas de pagamentos, entregadores de aplicativos ameaçam paralisação total das atividades no dia 1º de abril em todo o território nacional. A data, conhecida como o “Dia da Mentira”, não foi escolhida por acaso, mas pensada estrategicamente para denunciar irregularidades das plataformas, que têm deixado de cumprir acordos firmados com a categoria, segundo os denunciantes.

Os pleitos em pauta são o fim de pagamentos de taxas únicas em rotas com mais de uma entrega, reajuste das taxas, fim do bloqueio dos entregadores na plataforma para pedir reembolso após aguardar clientes por períodos longos na entrega de um pedido, além do recebimento em valor integral de pedidos que foram cancelados.

O reajuste da taxa mínima por entrega paga pelo iFood é umas das principais reivindicações da categoria. Atualmente, a empresa paga R$5,31 por corrida, o que, de acordo com os trabalhadores, não é suficiente para arcar com os gastos com gasolina e manutenção das motocicletas. A exigência dos entregadores é que esse valor seja de R$10, reajustado anualmente de acordo com a inflação.

Segundo o entregador Abel Santos, a reivindicação tem como objetivo trazer mais dignidade para o trabalhador. Ele explica que, com o aumento da inflação, o poder de compra da população diminuiu consideravelmente. Como alternativa para manter um padrão de vida digno, os entregadores acabam passando mais tempo nas ruas trabalhando.

Nos dias 13, 14 e 15 de dezembro de 2021, a empresa de entrega de alimentos e encomendas realizou o I Fórum de Entregadores do Brasil, no qual recebeu as pautas dos trabalhadores e se comprometeu em atendê-las. Na carta compromisso assinada pela empresa, o acordo era de que, até fevereiro, reivindicações da categoria, como a transparência sobre as suspensões temporárias nas mensagens e sobre a desativação das contas dos entregadores fossem solucionadas, o que não teria acontecido.

Jornal da Manhã entrou em contato com os aplicativos, em especial o iFood, para saber quais serão os procedimentos a serem adotados. No entanto, até o fechamento da matéria, não houve resposta.


Fonte: Jornal da Manhã