Uberaba pode atingir 6.000 casos positivos de Covid-19 em maio e registrar até 280 mortes pela doença no mês, conforme projeções apresentadas aos vereadores, ontem, pelo Observatório Covid-19. A situação levantou questionamentos durante a sessão da Câmara Municipal sobre a flexibilização das restrições e a cobrança de novas medidas para conter a pandemia.

As projeções sobre a transmissão e letalidade da doença foram detalhadas pela coordenadora do Observatório Covid-19, Michele Maldonado. De acordo com ela, os números são baseados nas regras atuais em vigor, mas o cenário pode mudar se houver mudanças. “Se continuarmos com o mesmo comportamento, mesmo jeito e fazendo as mesmas coisas, a projeção é de 6.000 casos de Covid-19 em maio [...] Se a taxa de letalidade deste mês se manter, pode chegar a mais de 280 óbitos. [...] O pior cenário é esse. Essas projeções a gente não quer que se concretizem”, ressaltou.

A coordenadora do Observatório ainda citou que a análise matemática aponta uma tendência de aumento a cada mês da taxa de letalidade de Covid-19 em Uberaba. Ela cita que o índice era de 4,4% em março. Já em abril o percentual chegou a 4,9%.

Com a apresentação dos dados, diversas críticas foram feitas durante a sessão sobre a flexibilização das restrições em Uberaba a partir do novo decreto municipal, que permitiu a reabertura de diversos setores na cidade.

O presidente do Legislativo, Ismar Marão (PSD), contestou que, ao permitir a flexibilização este mês, a prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) foi contra o entendimento do comitê técnico de enfrentamento à Covid-19. Ele chegou a cobrar que fossem apresentados os pareceres do órgão que defendiam a continuidade das restrições para conter a pandemia.

Também participando da sessão, o secretário municipal de Saúde, Sétimo Bóscolo, declarou que o comitê oferece um embasamento técnico e a decisão final cabe ao Executivo. Ele também argumentou que a prefeita tem o desafio de analisar a questão econômica, pois as restrições impactam as empresas e podem resultar em fechamento de postos de trabalho na cidade.


Fonte: Jornal da Manhã - www.jmonline.com.br