Não há ainda controle na transmissão do novo coronavírus (Covid-19) em Uberaba, conforme revela o coordenador do Complexo Regulador Municipal, médico Raelson Batista de Lima. Ele também nega que a reabertura do comércio, com barreiras físicas, seja uma flexibilização das medidas de prevenção à Covid-19.

Conforme esclarece, o novo decreto municipal é no sentido de normatizar, com regras e obrigatoriedades mais específicas, o funcionamento de algumas atividades comerciais na cidade. “Não há nada de controle pleno. É uma doença nova, que o organismo humano ainda não tem nenhuma memória imunológica, e não é possível ter uma projeção de controle”, analisa.

No entanto, o médico destaca que a cidade está com certa folga quanto à taxa de internação hospitalar. Segundo ele, a rede de saúde possui leitos de terapia intensiva que estão dando suporte suficiente para as internações na rede do SUS e na rede particular. Os dois hospitais destinados a receber pacientes, tanto na rede pública – Hospital Regional – quanto na rede privada – Hospital e Maternidade São Domingos –, estão com baixa ocupação. “Nós temos uma taxa média que varia entre 13% e 15% de ocupação global”, informa.

Segundo expôs o decreto municipal vigente, existem hoje 67 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) disponíveis para o combate à pandemia, sendo entre 20 e 27 no Hospital Hospital Regional José Alencar (indicado como hospital referência para a internação de casos Covid-19 - foto); 20 no Hospital São Domingos em Uberaba (referência na rede privada para internação de casos Covid-19); 10 no Hospital Mário Palmério; e 10 no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Além disso, Raelson descarta a possibilidade de abertura das clínicas de saúde, retomando os atendimentos eletivos médicos e odontológicos, pela dificuldade de realizar o controle de desinfecção e da movimentação de profissionais e pacientes. “No dia de hoje ainda não é possível permitir esta abertura. Esta decisão pode gerar um foco de contaminação”, assegura.

Ele comenta que existe uma demanda reprimida nos atendimentos eletivos que deve ser estudada com mais profundidade – levando em consideração a movimentação do vírus – pelo Comitê Técnico-científico para a Covid-19. A situação, inclusive, já vem sendo discutida de forma embrionária. “Ainda é preciso avançar muito nesta discussão para definir o processo e seu controle efetivo”, afirma o médico, reforçando que 80% dos infectados são assintomáticos, mas potenciais transmissores da Covid-19. “Não é algo simples”, garante.
 

Fonte: www.jmonline.com.br